Investigando as representações mentais
(Representações mentais = ideais, conceitos, categorias imagens, etc.)
Certamente Husserl conhecia as "Categorias do Pensamento" (classificações) de Kant a fim de realizar investigações sobre o que é a consciência no ser humano a partir de sua interioridade. Certamente Kant conhecia sobre os conceitos de "Categorias do Pensamento" construidos por Aristóteles. Na Idade Moderna, Kant amplia o conceito de categorias do pensamento dizendo ser possível encontrar algum significado nas
experiências do si mesmo, perguntando sobre os limites do conhecimento (a chamada "revolução copernicana" de Kant).
Howard Gardner cita que Kant encontrou em Aristóteles o que chamou de "Categorias do Pensamento" são elas: 1) quantidade (unidade, pluralidade e totalidade); 2) qualidade (realidade, negação e limitação); 3) relação (substância e acaso, causa e efeito e reciprocidade); 4) modalidade (possibilidade,
existência e necessidade) e, afim de aprimorar ainda mais o método aristotélico, para Gardner, Kant foi além de Aristóteles, desenvolveu outro nível de análise a que chamou: 5) dos esquemas ou schemata; interpondo-a, justamente, entre a informação sensorial bruta e as categorias abstratas do conhecimento "a priori", como ele mesmo expressou: "Esta
representação de um procedimento universal da imaginação de fornecer
uma imagem para um conceito eu intitulo o esquema deste conceito". (abud: Gardner, 2003 p.72).
Até a Idade Moderna os argumentos de Kant foram suficientes para aproximações sobre o "pensar" ( da consciência) e, conforme Gardner, por
alguns séculos foi somente através delas possível investigar algo sobre as
experiências do si mesmo.
Porém, para Husserl, segundo J. N. Mohanty (In: Dreyfus, 2012 p.75) as
representações categoriais do pensamento eram de dois tipos,
a saber: 1) intuitivas (nas quais um conteúdo é dado no ato, embora
aqui ele reconheça que quando um objeto externo é dado a consciência,
todo o sistema de conteúdos correspondente a tal objeto vai muito além
dos conteúdos que são efetivamente imanentes ao ato representado) e; 2) representativa
(nas quais o objeto representado não é de modo algum imanente, ou seja,
direciona-se à intenção do que não é dado pela representação).
Husserl amplia o
conceito de intencionalidade direcionado-o a um objeto
transcendente. A intencionalidade justamente se satisfaz quando tal
objeto se dá, porém, para Ele a mesma intencionalidade que está no âmago das
apresentações intuitivas aponta, também, para algo que ainda não está dado na sua representação, mas poderá estar.